VR Vino de la Reina Edición Especial 2015
- Francisco ByMyGlass
- Jun 13, 2023
- 2 min read
Updated: Jun 14, 2023
É estranho pensarmos numa região com 500 anos como “emergente” mas, na verdade, poucas áreas tiveram uma evolução na qualidade do seu vinho como o México, nos últimos anos.

Sim, leram bem, o México!
O clima quente, faz com que os seus vinhos sejam encorpados e frutados, com alguma facilidade e pouco complexos. Mas, atualmente, os produtores estão a substituir a potência e poder pelo equilíbrio e complexidade, experimentando novas castas e abordagens de vinificação. Um pouco como por todo o mundo, o crescente aparecimento de pequenos produtores, as práticas sustentáveis e as vinificações “sem regras”, começam a dar frutos com uma enorme variedade de estilos de vinhos.
As primeiras vinhas aqui plantadas, chegaram após a conquista espanhola, por volta de 1521, sendo a principal casta o Listan Prieto.
No início do séc. XVII, o Rei Carlos II de Espanha proíbiu a produção de vinho e aguardente vínica na sua totalidade, com exceção do vinho de culto. Felizmente, grande parte dos padres missionários ignoraram os decretos do monarca e mantiveram as produções para consumo diário.
Anos mais tarde, o desenvolvimento da indústria do vinho no México sofreu vários golpes, devido a fatores económicos e também políticos. No início dos anos 1900, a filoxera e a revolução mexicana incidiram um duplo golpe na produção de vinho no país.
Nas décadas de 30 e 40, a produção de vinho mexicano desenvolveu-se, principalmente, na Baja Califórnia, onde muitas das plantações são as ainda atualmente utilizadas.
Por volta de 2006, havia apenas 25 produtores de vinho em todo o México. Hoje, só na Baja Califórnia são mais de 120. Outras regiões foram também revitalizadas e voltaram a fazer vinhos.
Ao contrário de outros países produtores de vinho, no México não há denominações de origem ou outras indicações geográficas.
A região da Baja Califórnia, fica a uns meros 90 minutos da fronteira com os Estados Unidos da América e a cerca de 20km do Oceano Pacífico. Embora seja composto por incríveis vales com imensos microclimas e vários tipos de Terroir, a sua “sub-região” mais prolífica é, sem dúvida, o Valle de Guadalupe, que dá a cara a toda a sua região vitivinícola.
Com um clima semelhante ao Mediterrâneo, quente e seco, como podemos encontrar no sul do Rhône, na Andaluzia e no nosso Alentejo, mas com uma forte influência marítima, os seus solos são na sua maioria arenosos, argilosos ou graníticos, com altitudes até aos 800m acima do nível do mar.
No que toca às castas, as mais abundantes, nos dias de hoje, são as tintas Tempranillo, Nebiolo, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah; já as brancas Chenin Blanc e Sauvignon Blanc reinam na região. No entanto, o Chardonnay, a Grenache Blanc e o Viogner não podem ser esquecidas.
O vinho que vos falo hoje e que inspirou este post, depois da minha estadia de quase seis meses nos Estados Unidos Mexicanos, é o VR Vino de la Reina Edición Especial 2015 do Valle de San Vicente, Baja Califórnia 100% Cabernet Sauvignon.
Potente mas muito elegante, complexo e fresco, é um excelente vinho e super gastronómico. Com madeira muito bem integrada, é sem dúvida um excelente exemplo do que o México tem para oferecer, para além das tequilas e dos mescais.
Se nunca provaram vinhos deste maravilhoso país, deixo-vos esta sugestão para um incrível começo!
Com um desejo de bons vinhos,
FFG




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