Rolha, Screw Cap ou Carica? Descubra as vantagens e desvantagens de cada uma!
- Francisco ByMyGlass
- Apr 24
- 3 min read
Já longe vão os dias em que as rolhas de cortiça eram o único método vedante de garrafas de vinhos.
As screw caps (tampas de rosca) e as caricas vieram para ficar e, apesar de em alguns sítios ainda serem vistas com alguma desconfiança ou serem associadas a falta de qualidade, são muitos os países em que é mais usual encontrar vinhos com este tipo de protecção e há cada vez mais produtores a substituir as rolhas de cortiça, por todo o mundo.
Mas quais são, afinal, as diferenças entre elas?
Continuem a fazer scroll para saberem mais um bocadinho sobre o assunto!

Rolhas de Cortiça: Tradição e Nobreza
A rolha de cortiça é a escolha clássica e mais tradicional, com séculos de história, especialmente em países como Portugal, um dos maiores produtores de cortiça do mundo.
Vantagens
• Permite a micro oxigenação: A cortiça é porosa, o que permite uma troca lenta e controlada de oxigénio entre o vinho e o ambiente externo.
Este processo ajuda no envelhecimento gradual e no desenvolvimento do vinho ao longo do tempo.
• Valor tradicional: A rolha de cortiça é vista como um símbolo de qualidade e tradição especialmente num país produtor de cortiça como Portugal, o que pode aumentar a percepção do valor de um vinho.
• Sustentabilidade: A cortiça é natural e pode ser reciclada ou reutilizada para fazer outros produtos.
Desvantagens
• Risco de "TCA" (tricloroanisol): A presença de tricloroanisol (TCA) na cortiça pode contaminar o vinho, fazendo com que ele desenvolva um sabor e cheiro a “mofo”, conhecido como “rolha” ou “rolhado”.
• Custo: A produção de rolhas de cortiça é mais cara e pode ser menos eficiente em termos de produção em larga escala.
• Abertura mais difícil: Exige um saca-rolhas, o que pode ser mais trabalhoso, para quem não está habituado.
Screw Caps: Praticidade e Consistência
As tampas de rosca estão a ganhar cada vez mais adeptos, sobretudo em vinhos jovens ou de consumo rápido. São comuns em mercados como o australiano ou neozelandês.
Vantagens
• Menor risco de contaminação: Ao contrário das rolhas, as tampas de rosca não apresentam o risco de contaminação por TCA.
• Facilidade de abertura: Não há necessidade de saca-rolhas, o que torna o processo de abrir a garrafa muito mais simples e rápido.
• Menor custo de produção: As tampas de rosca são mais baratas de produzir e podem ser mais fáceis de aplicar em larga escala.
• Consistência: A vedação é mais consistente e não depende de variações na qualidade da cortiça, garantindo que todos os vinhos sejam fechados da mesma forma.
Desvantagens
• Menos tradição: Para muitos consumidores e especialistas, o uso de tampas de rosca está associado a produtos menos nobres.
• Não favorece o envelhecimento: As tampas de rosca criam uma vedação hermética, o que pode dificultar a microoxigenação e limitar o potencial de envelhecimento de alguns vinhos, especialmente os mais complexos.
• Percepção de qualidade: Alguns consumidores associam as tampas de rosca a vinhos de menor qualidade.
Caricas: Para Espumantes (e não só)
Mais comuns em cervejas e espumantes, as caricas também marcam presença em alguns vinhos tranquilos.
Vantagens
• Vedação segura: As caricas proporcionam uma vedação muito eficiente, o que é essencial para vinhos que precisam de pressão interna, como os espumantes.
• Facilidade de abertura: Para vinhos espumantes, a abertura das caricas é rápida e relativamente simples, desde que se tome o cuidado necessário para evitar que o vinho "exploda" devido à pressão interna.
• Prática em vinhos de consumo rápido: São comuns em vinhos que não são feitos para envelhecer, mas sim para serem consumidos rapidamente.
Desvantagens
• Não permite envelhecimento: Similar às tampas de rosca, as caricas não favorecem a micro oxigenação, tornando-as menos ideais para vinhos que beneficiam de envelhecimento com o passar do tempo.
• Perceção de qualidade: Caricas podem ser vistas como menos sofisticadas ou de menor qualidade, principalmente em vinhos tranquilos.
Qual é então a melhor opção?
Depende! Vinhos destinados ao consumo imediato tendem a usar screw caps ou caricas pela praticidade e custo-benefício. Já os vinhos de guarda, que beneficiam do tempo e da evolução, continuam a preferir a cortiça tradicional.
Em suma, a escolha entre os diferentes tipos de vedante depende do estilo de vinho, do objetivo do produtor e da preferência do consumidor.
No final, o mais importante é a qualidade do vinho dentro da garrafa. Da próxima vez que for abrir uma garrafa, repare no tipo de vedante e pense em tudo o que isso pode dizer sobre o vinho que vai saborear!
Com um desejo de bons vinhos,
FFG




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