Pacheca Rosé Reserva Touriga Nacional 2019

Nativa do Dão, bastante utilizada no Douro e difundida por todo o nosso Portugal, podemos também encontrar a Touriga Nacional em Espanha, Argentina, África do Sul, Austrália e até mesmo na Califórnia.

De película grossa e cor azulada, o bago da Touriga Nacional consegue, dentro das castas não tintureiras, atingir níveis de cor que nenhuma outra casta portuguesa consegue.

Entre as tintas é a casta mais nobre – considerada a rainha das uvas portuguesas – e, pelas suas qualidades de vinificação, os vinhos feitos a partir desta casta apresentam bom teor alcoólico, óptima concentração de cor e, de uma forma geral, dão origem a vinhos complexos e de taninos finos.

A sua história teve altos e baixos, assim como tantas outras castas em Portugal, após, no séc.XIX, a filoxera ter dizimado vinhas por toda a Europa, a qual a região demarcada do Dão não foi excepção.

Novas técnicas de plantação tiveram de ser desenvolvidas de forma a combater o extermínio das videiras e, assim, nascem os porta-enxertos e a utilização de pé franco cai quase por completo. Mas este tema fica para outro post.

Da Touriga Nacional só se conhecem virtudes, mas nem tudo é fácil - não é uma casta que permita fazer grandes produções e dá bastante trabalho na vinha.

Apesar de ser uma casta que permite fazer grandes vinhos de guarda, o seu maior destaque vai para a sua capacidade aromática, com notas de chá, chão de floresta, balsâmico, casca de laranja e fruta negra.

No Douro, conquistou os produtores de vinho do porto por todas as características acima referidas, mas sem dúvida que os melhores exemplares desta maravilhosa casta vêm sempre do Dão.

Hoje em dia já é autorizada em todas as regiões de vinhos em Portugal, mas sempre com algumas nuances - por exemplo, na região dos vinhos verdes, só é permitida a sua utilização para a produção de vinho rosé ou em pequenas quantidades em vinhos de lote.

O vinho que vos trago hoje é o Quinta da Pacheca Touriga Nacional Rosé Reserva.

De cor salmão pálida, as vinhas deste vinho encontram-se a cotas com 300m de altitude, o que promove a sua frescura e mineralidade, que se juntam às notas de fruta silvestre e alguma tosta. A fermentação final e estágio feito em barricas por volta de nove meses com battonage, conferiu-lhe excelente complexidade, sem que a madeira se sobrepusesse ao vinho.

Um vinho tecnológico, mas com sentido de sítio e muito bem feito. Obrigado à Quinta da Pacheca e à Lígia Santos por me terem dado a experimentar este excelente vinho!