PROVAS Malvasia de Colares DOC Infinitude
- Francisco ByMyGlass
- Jan 6, 2024
- 3 min read
Updated: Jan 10, 2024
A actual região de vinhos de Lisboa, anteriormente conhecida como Estremadura, localiza-se a Noroeste da capital da qual obteve o seu nome. Apesar do clima temperado, orientada pelos ventos atlânticos e com verões frescos e invernos suaves, nas zonas mais afastadas da costa as amplitudes térmicas são bastante maiores.
Esta região possui óptimas condições para a produção de vinhos de altíssima qualidade, como já é sabido, mas, infelizmente, estas condições nem sempre foram bem exploradas.
Com 9 denominações de origem – sim, todas as suas sub-regiões são DOC -, encontramos a região de Colares, situada no sul da região de Lisboa.
Colares é sinonimo de 2 castas - a Malvasia de Colares e o Ramisco tinto ou Ramisco de Colares.
A casta Malvasia de Colares, desenganem-se, em nada tem a ver com a família das castas Malvasias. Esta casta é o resultado do cruzamento de Mourisco branco - casta da família do moscatel, bastante comum em Espanha e que por cá podemos encontrar na região do Douro, em particular, na zona de Alijó - e a casta tinta Amaral (Azal tinto), da região dos vinhos verdes.
A sua criação deve-se à necessidade de existir uma casta branca, que fosse resistente às condições adversas desta região.
Já a Ramisco, é uma casta local desde o séc. XVIII ou talvez ainda mais antiga. Apesar de não ser consensual a todos, é sem dúvida uma casta apaixonante e cheia de personalidade, para quem aprecia o estilo.
Com uma área de apenas 20 hectares, com o Oceano Atlântico de um lado e a serra de Sintra do outro, Colares é a região de vinhos mais ocidental de toda a Europa e a mais pequena de vinhos tranquilos, em Portugal.
Apesar das vinhas plantadas em solos calcários (chão rijo), o seu ex-libris são, no entanto, as suas vinhas plantadas em solos de areia.
E é aqui que os desafios começam, na plantação da própria vinha. Para plantar uma vinha em solos de areia, é necessária a criação de valas até que se encontre solo argiloso, onde as raízes da vinha se possam estabelecer.
Depois, num período que pode demorar vários anos, a areia vai sendo reposta, fazendo com que a videira cresça na vertical, até o terreno estar novamente nivelado.
Apenas os vinhos provenientes destas vinhas de chão de areia, são considerados vinhos de Colares DOC. Os restantes, são apenas vinhos IG (de identificação geográfica).

Foi na Quinta da Azenha, localizada no sopé da serra de Sintra, com o rio Maçãs como vizinho e onde predomina o tal ‘chão rijo’, que a família Osório de Vasconcelos Jardim Gonçalves iniciou, no ano 2000, a plantação das vinhas que iria dar origem ao projecto Infinitude.


Na altura apenas com as castas Merlot e Pinot Noir, hoje o projeto Infinitude conta já com outras castas, perfeitamente adaptadas à região, como a Riesling, a Chardonnay e a Semillon.



Com Francisco Figueiredo, enólogo da Adega de Colares, a liderar este projecto, os primeiros vinhos começaram a chegar ao mercado por volta de 2010. Desde então, têm vindo a ganhar cada vez mais adeptos, o que levou este projecto a estender-se além dos muros da Quinta da Azenha e à aposta em vinhos de chão de areia.
Foi assim que, no final do Verão de 2023, foi lançado o primeiro Malvasia de Colares DOC Infinitude. Um vinho absolutamente esplêndido!
A fasquia e a curiosidade estão elevadas para provar o Ramisco, que também está para breve.
Obrigado Luís Mota Veiga e Francisco Figueiredo por esta tarde muito bem passada com excelentes vinhos!






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